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sexta-feira, 18 de março de 2016

Walter Taverna e a SODEPRO - FESTA DO SANFONEIRO - MÚSICA E RITMOS DO NORDESTE NO FOLE DA SANFONA

É impossível pensar na cultura do Brasil sem considerar a música e ritmos do nordeste, os temas e a inventividade da música do Nordeste – um misto de influências em que convivem tradição e renovação.

Em todo o Brasil, a região Nordeste é a que mais zelosamente preserva suas tradições música e ritmos – um patrimônio riquíssimo em que se mesclam influências indígenas, africanas e ibéricas e que se manifesta em centenas de ritmos cantados e dançados em todos os estados.

Assim, se são nitidamente africanos os atabaques do candomblé e as rodas de capoeira que se multiplicam na Bahia, os repentes sertanejos, com seus versos improvisados, são herança da Península Ibérica e trazem reminiscências árabes; da mesma forma, têm origem indígena os caboclinhos – coreografia apresentada no Carnaval pernambucano por dançarinos vestidos de índios -, enquanto o zambê do Rio Grande do Norte, roda em que os participantes convidam uns aos outros a dançar chamando-os por meio de umbigadas, veio de Angola.


Assim como os tambores, a sanfona ocupa lugar de destaque na música nordestina . Num forró – festa animada por ritmos como baião, coco, xaxado e xote – não pode faltar a “pé-de-bode”, popular sanfona de oito baixos.

A zabumba e o triângulo formam com ela o conjunto básico do ” baile sem etiqueta”, na defirução do folclorista Câmara Cascudo. De divertimento popular o forró ganhou status de gênero musical, principalmente com a intensificação do movimento migratório de nordestinos para o Sudeste do Brasil.

Coube a Luís Gonzaga o pioneirismo da difusão do baião pelo país afora. Nascido em Exu, no sertão pernambucano, Gonzaga fez fama na década de 1940 em apresentações no Rio de Janeiro. 







Morreu em 1989, sagrado rei do baião, numa corte onde figuram vários nordestinos ilustres, como a cantora Marinês, os sanfoneiros Sivuca e Dominguinhos, e Jackson do Pandeiro,  paraibano de origem paupérrima, exímio pandeirista por absoluta falta de dinheiro dos pais para lhe comprar uma sanfona.

O forró marca outro ponto alto no calendário nordestino : a celebração das festas juninas. As comemorações em honra de santo Antônio, são João e são Pedro ocorrem em todo o país, mas no Nordeste mobilizam multidões e estendem-se durante dias, geralmente alçados a feriados.

Em junho, toda a região se agita com muito arrasta-pé , dança de quadrilha e comidas típicas . Caruaru, em Pernambuco, e a paraibana Campina Grande disputam todos os anos a consagração de melhor festa junina do mundo e chegam, cada uma, a receber 150 mil visitantes por dia.



fonte: Centro de Memória do Bixiga acervo: @edisonmariotti


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