Nascido em Parapuã, interior de São Paulo, Antônio Aparecido da Silva, o padre Toninho, de 48 anos, está no Bixiga desde 1965.
É pároco da Igreja Nossa Senhora da Achiropita, na Rua Treze de Maio, há oito anos. Com todo esse tempo de moradia no bairro, o padre Toninho já se considera um "bixiguento" (como se diz mais popularmente no bairro) e os moradores da região fazem questão de enfatizar a identificação do pároco com a comunidade.
A aposentada lima da Silve Wunder, a Xuxa, moradora da região há 30 anos, não imagina a igreja sem o padre Toninho. "Ele é muito dedicado, espiritualizado e amigo de todos", diz.
Padre Toninho, amigo de todos
Padre Toninho tem uma relação constante com a comunidade. Para ele, é difícil até ir aos Correios, pois sempre alguém chega para conversar, pedir conselho ou ajuda.
"Sei a hora de sair da igreja para fazer qualquer coisa, mas a hora de voltar é um mistério", diz o religioso. Até quando viaja, padre Toninho deve avisar. Caso contrário, alguém chega para saber onde esteve e por que saiu.
Padre Toninho tem uma relação constante com a comunidade. Para ele, é difícil até ir aos Correios, pois sempre alguém chega para conversar, pedir conselho ou ajuda. "Sei a hora de sair da igreja para fazer qualquer coisa, mas a hora de voltar é um mistério", diz o religioso. Até quando viaja, padre Toninho deve avisar. Caso contrário, alguém chega para saber onde esteve e por que saiu.
Para o pároco, o bairro tem características especiais que fazem as pessoas cativarem e amarem a região. "Mesmo sendo um bairro grande e no centro da cidade, os moradores do Bixiga se conhecem, parece uma cidade do interior", afirma o padre.
Outro ponto que faz do bairro uma área especial, para o religioso, é o fato de haver uma grande mistura de raças e povos sofridos que chegavam em São Paulo. Eram negros recém-libertos e italianos fugidos da fome da Europa que, segundo padre toninho, tinham como única riqueza a fé em Nossa Senhora de Achiropita. Essas duas raças são, para o religioso, vitoriosas e conseguiram se impor na comunidade paulista.
Segundo o padre, o presente dos negros para São Paulo não foi marcado pelorancor, mas pela alegria.
"O samba paulista origina-se dos negros, o carnaval passa pelo Bixiga". Todos os anos, a Escola de Samba Vai-Vai recebe a benção de Nossa Senhora de Achiropita por meio do padre antes de sair para desfilar na avenida. "Oxalá haja alegria todos os dias", roga o padre.
Vocação para a caridade
No dia 12 de dezembro de 1976 Antônio Aparecido da Silva ordenou-se padre da Ordem Dom Orione, dedicada ao trabalho com os pobres, às crianças carentes e deficientes. É graduado e pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em Filosofia, fez doutorado em teologia em Roma.
"Escolhi ser padre porque é um caminho voltado para a caridade."
De família católica, padre Toninho decidiu ajudar os pobres desde os nove anos.
Logo quando entrou para o seminário, fazia programas em rádio para orientar os moradores da área rural sobre higiene. "Eu ensinava a fazer soro caseiro, falava sobre a limpeza bucal, entre outras coisas." Com 16 anos, começou a alfabetizar adultos e crianças com o método Paulo Freire. Algumas casas não tinham luz elétrica e padre Toninho iluminava o quadro com luz de lampião.
fonte: Centro de Memória do Bixiga - acervo @edisonmariotti
Maria Clarice Dias, 23 anos,
formou-se em jornalismo pela Universidade de Brasília.
formou-se em jornalismo pela Universidade de Brasília.
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