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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

por Fábio Belviso --- ao amigo Walter Taverna -- PEQUENA HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA. (Crônica)


                                                           por Fábio Belviso

Tarde envergonhada, triste, escondida atrás de uma neblina cegante e úmida. Eram 13 horas do dia três de janeiro de 1874, Porto de Gênova, e um último apito de adeus à Itália, o navio “La Sofia” dava início ao transporte das 386 famílias de imigrantes rumo ao Brasil.
Contrastes antagônicos entre o norte da Itália tendo em vista a revolução da indústria que deixou a maioria da população de trabalhadores da terra, sem empregos, pois não puderam ser absorvidos pela indústria e o Brasil sem mãos de obras tendo em vista o fim da escravatura. Um país mandou e o outro recebeu as valiosas mãos dos imigrantes italianos.




As primeiras levas de imigrantes foram para a região Sul e sudeste. Estado de São Paulo foi o que mais recebeu.

Colônias foram implantadas nas serras Gaúchas, Garibaldi e Bento Gonçalves em 1875 completando 140 anos de colonização da rica, formosa e desenvolvida cidade. Os imigrantes não tiveram daquilo que lhes foi prometido. Começaram do zero com suas armas de trabalho: mãos e enxadas, trabalho e trabalho. O sucesso estava intrínseco na vontade férrea de trabalho, na família centro de tudo, e, na sólida religião que os faziam vislumbrar uma vida muito melhor: a fé.

Começaram a cultivar a uva. Atualmente estas áreas do Rio Grande do Sul de colonização italiana produzem o melhor vinho do Brasil.
A colonização italiana logo se expandiu para o Paraná, Santa Catarina, e São Paulo principalmente e como expoente o bairro do Bixiga. Trabalho duro.

Muitos conseguiram pelas economias comprar terras e depois se tornaram fazendeiros. Outros venderam tudo que tinham na Itália e emigraram como o Matarazzo e seus irmãos e tornou-se um grande industrial e contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento de São Paulo. Outros como Crespi na tecelagem, Scatamachia nos calçados, Lunardelli o rei do café do mesmo modo todos adotaram o Brasil e contribuíram para o progresso de São Paulo.


Contribuíram com novas técnicas agrícolas.

Pratos como pizza e espaguete, polenta.

Uso da saudação “tchau”.

Quais são as regiões mais desenvolvidas do Brasil?

Sul e Sudeste todas colonizadas pelos italianos. Troféus merecidos.
Quais foram suas armas para tal façanha? Simples, simples. Trabalho, trabalho e trabalho. Família unida, família como centro de tudo e que até hoje se mantém. Finalmente a religião e a fé que os tornaram sempre esperançosos e lutadores.

Quando aqui aportaram nada receberam, mas transformaram as terras com suas benditas mãos calejadas. Não foram os quero, quero de hoje: quero casa, quero terra, ou invasores de terra como o MST que nada constroem ao contrário só destroem.

Nos cento e quarenta anos da imigração italiana na cidade de Bento Gonçalves, rica, progressista, maravilhosa, dos melhores vinhos, e, ainda hoje se nota a família em primeiro lugar. 

Os negócios, as empresas são passadas de pais para filho com amor. Eis a chave do sucesso. A essa espetacular cidade nossas homenagens.

Para fechar transcrevo a resposta de um italiano a um ministro de Estado de seu país, a propósito das razões da emigração em massa.

"Que coisa entendeis por uma nação, Senhor Ministro?

é a massa dos infelizes?

Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão branco.

Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.

Criamos animais, mas não comemos a carne.

Apesar disso, vós nos aconselhais a não abandonarmos a nossa pátria?

Mas é uma pátria a terra em que não se consegue viver do próprio trabalho?"

por Fábio Belviso  ---  ao amigo Walter Taverna

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