Ouça o texto

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Water Taverna e seu amigo Otávio Pugliesi na Festa de N. Sra. Achiropita. A fogazza..."Gostaria que todo mundo tivesse uma comunidade como a N. Sra. Achiropita, que trabalha com amor."

Nascido e criado no Bixiga, filho de italianos calabreses, Otávio Pugliesi com mais de 25 anos dedicados a uma participação ativa na comunidade Achiropita e na Festa de agosto. Sua história com a paróquia começou quando era garoto e lá fez sua primeira comunhão. Hoje, coordena a Equipe de Manutenção do Patrimônio da igreja, além de ser responsável pela oração diária do terço, durante a semana, antes da missa.

/
Otávio Pugliesi


Tanto ele como sua esposa, Ida, mantêm uma forte ligação com a história da quermesse, principalmente, quando esta voltou à rua — em fins da década de 70 — e começou a tornar-se a grande festa que é hoje.


Tanto ele como sua esposa, Ida, mantêm uma forte ligação com a história da quermesse, principalmente, quando esta voltou à rua — em fins da década de 70 — e começou a tornar-se a grande festa que é hoje.

E pode-se dizer que são os principais responsáveis pela "coqueluche" da Festa de N. Sra. Achiropita, como Otávio mesmo define: a fogazza.

A quermesse do Bixiga estava crescendo, aumentando o número de barracas e de comidas típicas servidas. Ao visitar uma outra festa popular italiana de São Paulo, Otávio percebeu que a fogazza tinha boa aceitação por parte do público.

E logo teve a ideia de vendê-la na Festa d'Achiropita. Sua esposa, também filha de italianos, havia aprendido a receita com sua mãe e sabia fazer muito bem esse tipo de pastelão italiano. Poderia ficar responsável pela feitura da massa. Otávio, então, apresentou a sugestão ao coordenador da quermesse, que aceitou-a prontamente.

Logo no primeiro sábado da Festa — Otávio lembra bem —, Ida amassou em casa seis quilos de farinha e levou as fogazzas prontinhas para serem fritas na hora. Foi um sucesso, logo acabou. No dia seguinte, Ida preparou uma quantidade maior e novamente vendeu tudo. E desta maneira foi progredindo, até chegar a um ponto em que não era mais possível fazer a massa em casa e foi preciso arrumar um espaço na igreja. Mas, mesmo assim, Ida e sua amiga italiana, dona Carmem, continuaram a preparar as fogazzas sozinhas, na mão.

As filas iam crescendo, o sucesso era cada vez maior. Otávio conta que as duas chegaram a amassar um recorde de 140 quilos nas mãos, para atingir o ponto perfeito da massa.

A fogazza sempre saiu muito bem, e sua produção passou a exigir um número maior de pessoas envolvidas. Hoje, continua sendo feita artesanalmente com a participação de cerca de cem equipistas. É um dos principais atrativos da Festa. Ida continua a trabalhar na quermesse, na cozinha. De terça-feira a domingo, à noite, durante o mês de agosto, ela e outras tantas senhoras preparam os temperos e recheios que serão usados nos pimentões, berinjelas e antepastos servidos na cantina. 

No decorrer da Festa, Ida também fica à disposição para ajudar a dar o ponto na massa da fogazza, cuja receita é mantida em segredo. Otávio conta que a esposa já recebeu propostas de preparar o pastelão em outros eventos e festas mas nunca aceitou, pois, como ela mesma disse: "Só ofereço para Nossa Senhora."

Para Otávio, o que explica tamanha dedicação dele e da esposa nas atividades não só da Festa, mas da comunidade Achiropita como um todo é a fé. Segundo ele, ambos recebem tantas graças de Deus que a forma de contribuir é esta: dando continuidade a um trabalho iniciado pelos primeiros imigrantes italianos. 

Otávio acredita muito na juventude e fica contente ao ver o empenho dos netos, que também trabalham na Festa. A paróquia é sua casa: recorda-se com carinho da época da catequese e dos jogos de bola com os garotos do bairro. Ah, tempo bom...

O Bixiga mudou muito, ele diz. Obviamente não é mais o bairro que seu pai encontrou quando chegou a São Paulo, em 1910. Contudo, continua sendo um lugar querido. Otávio nunca quis mudar do Bixiga; aqui fez grandes amigos, jogou muito futebol e, principalmente, colaborou para que a comunidade Achiropita crescesse bastante em solidariedade e companheirismo. "Gostaria que todo mundo tivesse uma comunidade como a N. Sra. Achiropita, que trabalha com amor."

Maria Fernanda Vomero. jornalista, moradora do Bixiga e participante da Paróquia Nossa Senhora Achiropita.




fonte: Centro de Memória do Bixiga - acervo @edisonmariotti

registro: CMB.B.000.097

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Walter Taverna destaca o projeto do calçadão na 13 de maio de 1979 e convida o próximo PREFEITO de SP a conhecer a INOVAÇÃO de cidade criativa.

Projeto da SODEPRO de 1979, na
EMURB - Empresa Municipal de Obras e Urbanização de São Paulo, 
 apresenta o calçadão na Rua 13 de maio e 
um amplo estacionamento de 678 lugares na Pça. Dom Orione. 
Conheça os detalhes.

Imagens:










fonte: Centro de memória do Bixiga - acervo @edisonmariotti
registro: CMB.D.000.062
CMB.D.000.402

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Walter Taverna no aniversário do Seu Augustinho. A comunidade fez uma linda festa surpresa para ele.

Ontem foi aniversário do Seu Augustinho - fotos.



fonte: Centro de Memória dp Bixiga - acervo @edisonmariotti

Colaboração das imagens:
Nádia Ilvana Garcia

Water Taverna convida para a tradicional Festa de N. Sra. Achiropita. Em 1996...um sentimento bastante presente no dia-a-dia da comunidade: A UNIÃO

Você acaba de chegar, ao Bixiga, famoso bairro da região central de São Paulo, em um dos finais de semana do mês de agosto.


Mesmo antes de atravessar o portal da rua Treze de Maio com a Conselheiro Carrão e percorrer a Festa de Nossa Senhora Achiropita, é possível perceber a grande movimentação de pessoas, que se aglomeram nas filas das barracas e na porta da igreja.


A alegria e o apetite despertado pelo cheiro gostoso de calabresa e polenta misturam-se à música Champagne e conferem ao ambiente um ar de típica colônia italiana, com muita comida e animação.

Como os italianos das primeiras festas em louvor à Madonna Achiropita, que tinham como objetivo arrecadar fundos para a construção da igreja (que era, nos idos de 1918, apenas uma capelinha), Hoje, os recursos obtidos com a vendas, principalmente, com a realização da Festa são destinados às Obras Sociais mantidas pela paróquia.

Logo no início do passeio pelas catorze barracas, na rua lotada de gente, você pode encontrar, apurando o molho, churrasco, polenta, macarrão... 

Conversando com um "equipista" (é assim que são chamados os mais de 600 voluntários que trabalham na Festa), confirma-se que a religiosidade e a animação sempre foram características marcantes do Bixiga e, principalmente, da comunidade Achiropita. 


Os festejos em louvor à padroeira datam da década de dez: no princípio, o dinheiro arrecadado era revertido para o erguimento da igreja. A Festa — hoje tão portentosa — começou como uma pequena quermesse, com barracas de prendas organizadas pelos movimentos existentes na comunidade: Congregados Marianos, Vicentinos, Filhas de Maria, entre outros. E era a gente pobre do bairro que frequentava a quermesse e colaborava para o crescimento da paróquia.

Nas filas — entre um delicioso macarrão à moda Achiropita e um prato de antepasto, um bate-papo aqui, uma troca de idéias ali - é possível descobrir que em 1930, atendendo a um decreto de Getúlio Vargas, foram proibidas quaisquer manifestações culturais de povos imigrantes. Nesse período ditatorial, durante alguns anos, não houve quermesse, só festa religiosa.


Porém, a comunidade não se abateu: anos depois, a quermesse retornou, mantendo as características originais. Para comemorar a vitória da solidariedade e da alegria — legado fundamental da colônia italiana — sobre o arbítrio, que tal uma comemoração: vinho ou chope, o que combina com fricazza? Dúvida cruel. 

Não se desespere: coordenadores da barraca da fricazza, sugerem vinho e, de sobremesa, um sfogliatelli. Você, com água na boca, aceita a sugestão, e o passeio continua.

Antes de entrar na igreja, fique um tempo a observar a barraca da fogazza, ainda com vontade de comer mais umas duas ou três. 

Cerca de cem pessoas botando a mão na massa — que beleza! Trabalho conjunto e dedicado: um dos principais ingredientes na opinião de Daisy Brunoro. na barraca desde sua criação. 

O carinho dos equipistas refletindo-se no reconhecimento do público: uma fila imensa, pacientemente organizada por Luiz Fernando Cruz, equipista também. A fogazza — um tipo de pastelão italiano — tornou-se um dos símbolos da Festa: marcou a volta da quermesse para a rua, após vários anos acontecendo no pátio da igreja. 

Foi quando a Festa d'Achiropita firmou-se como um típico festejo italiano. A fogazza começou a ser feita em casa e era frita na barraca, primeiramente de seis a dez quilos de farinha, apenas umas poucas pessoas envolvidas na produção. 

 O sucesso foi tão grande que foi preciso cada vez mais gente e mais espaço para a feitura do pastelão.A "linha de produção" da fogazza demonstra um sentimento bastante presente no dia-a-dia da comunidade: a união.


fonte: Centro de Memória do Bixiga - acervo @edisonmariotti

registro: CMB.B.000.097

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Walter Taverna concede entrevista a jornalista Nádia Ilvana Garcia. Na pauta, 70 anos do BLOCO do ESFARRAPADO.

Imagem do encontro.





fonte: Centro de Memória do Bixiga - acervo @edisonmariotti


Walter Taverna e Wilson Franciulli Júnior, em 1997, partilham pão de 520 metros, na Festa do PÃO ITALIANO, no Bixiga, São Paulo, Brasil.


Festa do PÃO ITALIANO













fonte: Centro de Memória do Bixiga acervo @edisonmariotti

jornal -  Gazzetta D´ Itália

Bixiga partilha pão de 520 metros

CMB.H.000.046

Sr. Walter proprietário da rede de Cantinas Tratoria da Conchetta e Wilson Franciulli Júnior
um dos sócios da Padaria Italianinha ficam feliz com o resultado evento.

CMB.AV.F.79.001

Festa do pão 1997

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Walter Taverna integrante da comissão da União do Bixiga, em 1982 na festa da Igreja Nossa Senhora da Achiropitta.

A festa de Nossa Senhora da Achiropita é a mais tradicional do bairro, sem dúvida.(...) 


No início, era uma capela, não era reconhecida pelo clero, não tinha padre e todo casamento ou batizado tinha que ser feito na Igreja do Divino Espírito Santo, na rua Frei Caneca(...). 

No dia 19 de março de 1926, o clero reconheceu aqui como Igreja graças ao esforço do coronel Nicolau dos Santos. Desde 1906 já existia a festa. Vinham até bandas da Itália tocar.


A Igreja de N.Sa. da Achiropita, 
na Rua Treze de maio, em foto dos anos 70 .


O primeiro padre que veio para ser pároco foi o Padre Carlos Alferano. Ele ficou famoso. Era muito trabalhador porque naquele tempo padre só usavam batina) preta, grande, e andavam com o bolso cheio de santinhos pequenos. As pessoas eram, obrigados a beijar a mão dele quando estava rua. Ele então enfiava a mão no bolso e dava um santinho. Naquele tempo também era raridade ver padre na rua, a não ser na época de benzer as casas, uma vez por ano. Fora isso, eles ficava na igreja. 



Esse padre, muito vivo, quando chegou aqui falou que desejava colocar o nome da igreja de Nossa Senhora Achiropita e ele perdia o apoio dos cirigliolianos, que eram devotos da Nossa Senhora da Ripalta; e se ele trocasse o nome Nossa Senhora da Ripalta, os calabreses não aprovariam. 



Então ele, batizou a igreja com o nome de Paróquia São José do Bixiga, que foi feita no dia 19 de março. Mas sempre no altar principal ficava Nossa Senhora da Achiropita. 


Andor de N.Sa. da Achiropita, a preferida dos calabreses, 
hoje padroeira do bairro em procissão em sua homenagem. 
Década de 60.





Os italianos lutaram e em 1940 eles conseguiram transformar o nome da igreja para Nossa Senhora Achiropita. (...) 

A festa da Achiropita não interrompeu, durante a guerra, porque na época, não vendia comida. Era só barraca de prendas, jogos e a procissão. 

O que faz hoje a festa italiana são as comidas. Naquele tempo não vendia comida. Iluminação, música, os dançarinos da Itália, os Bersaglieri... Mas não tinha nada com o italiano. Era a festa da igreja do Bixiga. 

A procissão todo dia 15. 

Tinham os anjos, tinham os meninos vestidos com aquelas boina caída e com lençol. E eles pediam para todo mundo participar. 

Quando a procissão andava, a primeira coisa que a gente fazia era comprar uma vela com um quadrado de papel, que não deixava apagar. Todo mundo ia com essa vela na mão.


Em foto para a posteridade, os "anjinhos" da procissão de
N.Sa. da Achiropita, por volta dos anos 50




Em 1982 tinha morrido essa tradição. 

Então, a comissão da União do Bixiga ( Walter Taverna e Nelson Abreu Pinto ), antes da procissão, fizeram cartazes e entregaram de casa em casa, de prédio em prédio onde a procissão ia passar e pedindo para todos a colocarem a colcha na janela. 

Foi a coisa mais bonita que já se viu! 

"Nos cortiços, nas janelas dos prédios, todos tinham toalha. Outros  jogavam papel picado, tinha até toalha de rosto. Também a colcha e o altar da família Scarlatto  na janela."




A outra santa do bairro, N.Sa. da Ripalta, 
a eleita dos cirigliolianos, em procissão da década de 50


(Trecho do livro "Memórias de Armandinho do Bixiga " depoimento a Júlio Moreno, Editora SENAC São Paulo, 1996)



fonte: Centro de Memória do Bixiga acervo @edisonmariotti
registro: CMB.B000.097

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Walter Taverna e a festa de Nossa Senhora Acheropita, padroeira do Bexiga - Achiropitta considera somente a partir da criação da paróquia, em 1926,...


O Bexiga está preparando a maior quermesse do Brasil Desde fevereiro, um grupo de pessoas vem se dedicando à reparação de uma das mais famosas e tradicionais quermesses do Brasil: a festa de Nossa Senhora Acheropita, padroeira do Bexiga. Neste mês, são dados os retoques finais para esta festa que costuma reunir milhares de pessoas não só do Brasil como de todo. o mundo.

São Paulo, de 02 a 09 de 
junho de 1989 - Pág. 8

A tradição de comemorar a data (15 de agosto) do surgimento da Senhora 
Achiropitta  (pintura não feita por mão de homem) no Bexiga, data da chegada dos calabreses no Brasil, entretanto, a Paróquia de N.S.´ Achiropitta considera somente a partir da criação da paróquia, em 1926, esta seria, portanto, a 63ª, por esta conta.

As tradições orais, de que os moradores mais antigos do Bexiga tanto se orgulham, dão conta de que esta festa já era realizada, pelo menos desde 1918, quando ainda não existia a paróquia de N. S. Achiropitta. De acordo com eles, a festa era realizada na rua, reverenciando uma imagem trazida pelos calabreses da Itália.

Esta imagem era guardada na casa de um italiano chamado José Falconi.

Todo dia 15 de agosto ela era levada para a rua, em um altar instalado na rua 13 de Maio e eram montadas barracas e a festa acontecia. Dizem época, era a maior e São Paulo. Em 1926, a pequena capela onde a Santa era reverenciada foi transformada em paróquia: a Paróquia de São José do Bexiga. Até aí a história é curiosa. O Bexiga foi formado por calabreses e Toscanos, e existia o culto a duas santas regionais N. Achiropita, a dos calabreses, e N. S. da Ripalta, a dos toscanos.

Para não ferir suscetibilidades, a Igreja resolveu batizar a nova paróqua com São José do Bexiga. Ela só passou a Paróquia de V S. Achiropita  em 1949, por pressão dos calabreses. Consta que. para fazer uma festa a caráter, os calabreses do Bexiga formavam uma comissão de festa que arrecadavam dinheiro o ano todo, iluminavam toda a rua 13 de Maio, Rui Barbosa e Fortaleza.

Os fogos eram soltados do morro dos Ingleses, de dentro de buracos.

Não se sabe bem por que razão, a festa foi minguando, ate tornar-se uma festa de apenas três barracas, feita no interior da igreja e frequentada apenas pelos paroquianos mais envolvidos nos trabalhos da igreja. A partir de 1979, por inspirarão da união do Bexiga e outras entidades da Bela Vista, a festa voltou a ser realizada novamente na rua 13 de Maio, ate tornar se um dos maiores eventos do gênero no Brasil, fazendo parte do calendário turístico e reunindo milhares de pessoas durante todo o mês de agosto.



Acervo Centro de Memória do Bixiga 

 Hemeroteca - cod. CMB.H.000.492


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Walter Taverna, presente na homenagem ao violonista CENTENÁRIO Antonio Rago;

Imagens do evento no Teatro Sergio Cardoso, /
no Bixiga em 02 de julho de 2016.


 Walter Taverna e os filhos de Antonio Rago

Walter Taverna na exposição 

Walter Taverna na exposição 

Walter Taverna e as filhas de Antonio Rago

Walter Taverna e o de Antonio Rago

Palestras sobre a vida de Antonio Rago

Walter Taverna no auditório curtindo a palestra sobre seu amigo Antonio Rago

 Walter Taverna no coquetel do Antonio Rago

 Show musical sobre as obras de Antonio Rago

Show musical sobre as obras de Antonio Rago


fonte acervo do Centro de Memória do Bixiga - acervo @edisonmariotti