O Bexiga está preparando a maior quermesse do Brasil Desde fevereiro, um grupo de pessoas vem se dedicando à reparação de uma das mais famosas e tradicionais quermesses do Brasil: a festa de Nossa Senhora Acheropita, padroeira do Bexiga. Neste mês, são dados os retoques finais para esta festa que costuma reunir milhares de pessoas não só do Brasil como de todo. o mundo.
São Paulo, de 02 a 09 de
junho de 1989 - Pág. 8
A tradição de comemorar a data (15 de agosto) do surgimento da Senhora
Achiropitta (pintura não feita por mão de homem) no Bexiga, data da chegada dos calabreses no Brasil, entretanto, a Paróquia de N.S.´ Achiropitta considera somente a partir da criação da paróquia, em 1926, esta seria, portanto, a 63ª, por esta conta.
As tradições orais, de que os moradores mais antigos do Bexiga tanto se orgulham, dão conta de que esta festa já era realizada, pelo menos desde 1918, quando ainda não existia a paróquia de N. S. Achiropitta. De acordo com eles, a festa era realizada na rua, reverenciando uma imagem trazida pelos calabreses da Itália.
Esta imagem era guardada na casa de um italiano chamado José Falconi.
Todo dia 15 de agosto ela era levada para a rua, em um altar instalado na rua 13 de Maio e eram montadas barracas e a festa acontecia. Dizem época, era a maior e São Paulo. Em 1926, a pequena capela onde a Santa era reverenciada foi transformada em paróquia: a Paróquia de São José do Bexiga. Até aí a história é curiosa. O Bexiga foi formado por calabreses e Toscanos, e existia o culto a duas santas regionais N. Achiropita, a dos calabreses, e N. S. da Ripalta, a dos toscanos.
Para não ferir suscetibilidades, a Igreja resolveu batizar a nova paróqua com São José do Bexiga. Ela só passou a Paróquia de V S. Achiropita em 1949, por pressão dos calabreses. Consta que. para fazer uma festa a caráter, os calabreses do Bexiga formavam uma comissão de festa que arrecadavam dinheiro o ano todo, iluminavam toda a rua 13 de Maio, Rui Barbosa e Fortaleza.
Os fogos eram soltados do morro dos Ingleses, de dentro de buracos.
Não se sabe bem por que razão, a festa foi minguando, ate tornar-se uma festa de apenas três barracas, feita no interior da igreja e frequentada apenas pelos paroquianos mais envolvidos nos trabalhos da igreja. A partir de 1979, por inspirarão da união do Bexiga e outras entidades da Bela Vista, a festa voltou a ser realizada novamente na rua 13 de Maio, ate tornar se um dos maiores eventos do gênero no Brasil, fazendo parte do calendário turístico e reunindo milhares de pessoas durante todo o mês de agosto.
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