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segunda-feira, 12 de junho de 2017

O comerciante Walter Taverna, 83 anos, descendente de italianos, costuma falar português "italianado"; ele também usa muito as mãos durante a conversa.

A capital paulista, acredite, é berço do sotaque que hoje chamamos de caipira. O "r" arrastado como "a porrrta é verrrde", nasceu de uma cultura de miscigenação entre índios e não índios. 




" A base da pronúncia do interior surgio na região em que hoje se localiza a capital paulista, no chamado planalto de Piratininga", explica Daniel Paulo de Souza, professor de língua portuguesa e literatura da Universidade São Judas Tadeu. 

"A língua portuguesa falada pelos colonizadores sofreu muita influência dos dialetos indígenas e constituiu um falar próprio, conhecido pelos habitantes locais" afirma.

Com o tempo, sobretudo com a figura dos bandeirantes, maiores praticantes desse "novo dialeto", essa forma de pronúncia se expandiu em direção ao interior e a outros Estados, como MG.

Com o tempo, o paulistano adquiriu a mania de trocar a letra "l" por "r". As músicas do compositor paulista Adoniran Barbosa são exemplos. "Isso corre em "frechada do teu olhar" e "bala de revórver".

Essa  troca, porém, não é exclusiva do dialeto caipira paulista. Pode ser achar em todas as regiões brasileiras e está mais relacionada a variáveis ou aspectos sociais, como a escolaridade", diz Manoel M. Santiago-Almeida, professor da USP e pesquisador responsável pelo Projeto de História do Português Paulista. 

fonte: Jornal Agora, 25-01-2017 Tatiana Cavalcante  
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