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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

FESTA DO SANFONEIRO - COMUNICAÇÃO E COMUNIDADE 2016 - SODEPRO ( Sociedade em Defesa e Progresso da Bela Vista )

Sanfoneiros mostram a paixão do nordestino pelo instrumento. Instrumento precursor da sanfona teria surgido na China, antes de Cristo.




Seja nas grandes festas de época ou em um simples arrasta-pé, a sanfona aparece como destaque do trio musical mais popular do Nordeste, ao lado da zabumba e do triângulo.A sanfona foi criada há muito tempo, do outro lado do mundo.

Os registros históricos relatam o aparecimento de um instrumento na China, chamado cheng, 2.700 anos antes de Cristo, como o precursor da sanfona. Mas foi na Europa, especialmente na Itália, a partir do século 17, que ela se modernizou, passando por várias transformações até chegar nos moldes que conhecemos hoje.

No Brasil, a história da sanfona se confunde com a cultura da nossa música popular em várias regiões. Ela se consagrou nas mãos de grandes músicos, da gaita de Renato Borghetti, aos inesquecíveis Mário Zan, Sivuca, Hermeto Pascoal, Dominguinhos e Luiz Gonzaga. O talento desses grandes artistas influencia até hoje gente simples, que ainda não viu seu nome despontar nas paradas de sucesso.

O nordestino é um guerreiro para sobreviver em uma região seca, onde não chove. Pra se divertir, o nordestino tem a sanfona.

Dizem os músicos mais experientes que para uma pessoa tocar sanfona, são necessários no mínimo oito meses de muita dedicação. Agora, para passar de tocador a sanfoneiro, desses arretados que animam bailes e forró no Nordeste, é preciso mais de ano, e claro que talento nessa hora conta muito.

Por fora, a sanfona é composta basicamente por três partes: o teclado, responsável pela melodia das músicas. O fole, que no movimento de abre e fecha do braço puxa e sopra o ar para a saída das notas. E o baixo, com o som mais grave, que faz a marcação nas composições.

Por dentro, a sanfona é muito mais complexa. É na marcenaria que ela começa a ganhar forma. 

Aos poucos, a madeira vai ganhando o jeito do instrumento, um mecanismo super complexo. É um instrumento muito artesanal. Nenhum é igual ao outro, todos têm diferenças.

Um trabalho que exige um ouvido pra lá de preciso e muita paciência. “Leva uns cinco dias para afinar uma sanfona. São três dias para o teclado e dois dias para o baixo. É um instrumento complexo, você tem que ter o material pra afiná-lo e tem que ter um bom ouvido também”.

Um instrumento bem afinado nas mãos de um maestro como Edgar Miguel só pode dar boa música. Respeitado no meio artístico, o maestro também é professor e estudioso no assunto. 

É um instrumento mais simples dos instrumentos de fole, porém muito difícil, muito complexo no seu modo de execução. A sanfona herdou tudo dele, porque só se substituiu os botões pelas teclas, aumentou-se a baixaria, chegando a 120 baixos. Essa foi uma grande evolução, porque virou uma orquestra, chegando a ser chamada de piano de peito ou orquestra de peito.

Segundo o maestro, por essa característica de um instrumento completo, a sanfona foi fundamental para o grande impulso da cultura popular nordestina. “Não tem como o brasileiro se livrar da sanfona e principalmente nós, nordestinos, que temos aqui uma leva de história como Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Pito do Acordeon, e o sucesso da música nordestina dentro da música brasileira, é nosso”.

E assim, pessoas de todas as idades mantêm a tradição de tocar esse que é um dos símbolos do nordeste brasileiro. Músicas como Asa Branca, se tornaram grandes sucessos pelo Brasil afora graças ao talento dos compositores e sanfoneiros nordestinos.

FONTE: http://g1.globo.com/    @edisonmariotti



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